“Quando gastamos tempo demais a viajar, tornamo-nos estrangeiros no nosso próprio país.” (René Descartes)

Achei que seria fácil viver na China, e depois eu achei que seria fácil voltar pro Brasil.
Mas eu não aprendo a acreditar naquele gráfico (https://porqueachina.wordpress.com/2010/07/29/na-montanha-russa/) né?

O problema é que não é só o corpo que tem problemas em acostumar com o fuso. É tudo muito estranho! O corpo inteiro tenta se readaptar e a última parte a voltar é a cabeça, porque ela ainda pensa do mesmo jeito que estava pensando/vivendo lá. E agora, o diferente é o Brasil.

Sinto falta das coisas de lá. Sinto falta do meu eu de lá. Mas sei que não era lá que eu queria ficar. Que confuso…
E o pior, é que ninguém aqui vai entender quando eu falar o que me faz falta. Ninguém tão bem quanto eu.

Tudo aqui é igual, é o mesmo, tá parado, não acontece nada! Nada me instiga, assusta, surpreende ou encanta.
Mas depois de dois meses a gente acostuma com tudo. A gente se readapta. E quando tudo já voltou ao normal, a gente decide viajar de novo.

Esse é o último post do “Por que a China?”, e espero que eu tenha convencido vocês que a China não é outro mundo e que vale (muito!) a pena viajar pra esse país.

Beijos e muito obrigada a todos que me acompanharam nessa viagem!!

“Como todo grande viajante, vi mais do que poderia me lembrar e me lembro mais do que poderia ter visto.” (Benjamin Disraeli)

Próximo destino: África do Sul!

Todo ano a empresa faz uma viagem com todos os funcionários pra algum lugar da China. E dessa vez eu estava lá, que beleza!

A Sophie que planejou a viagem (mas no dia, infelizmente, ela não pode ir). Fomos no meu penúltimo final de semana na China, essa foi minha última viagem.

Eles alugaram uma van, compraram água, frutas e paezinhos e sábado de manhã saímos pra Hongcun.

Hongcun é uma vila/aldeia localizada na provícia de Anhui, próxima à Montanha Huangshan (Yellow Mountain), que conserva de forma intacta e completa, aproximadamente 150 antigas residências das dinastias Ming e Qing. É considerada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Pra outras pessoas é só mais um lugar muito velho no mundo. Mas acabei de descobrir que foi aí que filmaram o filme, O Tigre e o Dragão, o lugar ficou mais interessante agora?

Passamos um dia caminhando entre as casas, jantamos e dormimos em uma das casas (que não sei se posso chamar de hotel, porque era uma casa, só tinha a gente hospedado e os donos/moradores viviam lá).
No outro dia fomos passear de barco, ali perto, no lago Qi Shu. Um lugar lindo que as fotos podem explicar melhor como foi.

Muito obrigada, Anhui Royal Chemical!!

A próxima viagem era pra voltar para o Brasil!!

No post sobre a viagem para Beijing (Pequim) eu reproduzi alguns diálogos que tive com a Mari. Nesse post não vou fazer isso. Passei a maior parte desses 4 dias calada. Fui sozinha pra Hong Kong.

Pesquisei em vários sites sobre “o que fazer em Hong Kong” e fui montando meu roteiro que incluiu turismo, compras, comidas típicas e barzinhos.

Fui de avião de Hefei pra lá, e pra quem não sabe é preciso ter visto pra ir pra Hong Kong (que eles dão na entrada do país). Até os chineses precisam de passaporte pra entrar lá.

Mas pra entender melhor, é preciso conhecer um pouquinho da história de lá. Pra resumir:

“Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China e uma ex-colônia do Império Britânico até 1997. Segundo a política “um país, dois sistemas” e a Lei Básica, Hong Kong tem um “alto grau de autonomia” em todas as áreas, exceto política externa e defesa. Hong Kong é um centro financeiro internacional, com uma economia capitalista altamente desenvolvida, sendo uma das economias mais liberais do mundo.”

“Hong Kong possui seu próprio sistema legal, moeda, alfândega, direitos de negociação de tratados (como tráfego aéreo e permissão de aterragem de aviões) e leis de imigração próprias. Hong Kong mantém até suas próprias regras de trânsito, com toda a frota de automóveis dirigindo no lado esquerdo. Apenas a defesa nacional e relações diplomáticas são responsabilidades do governo central em Pequim.”

Ou seja, HK é uma China Ocidentalizada. E isso significa que é um excelente lugar pra você conhecer!!
– Porque a maioria das pessoas vai entender quando você falar inglês;
– Você vai encontrar comida chinesa e vai ver templos e budas assim como na China Mainland;
– Os chineses não vão ficar te encarando como se você fosse um alien;
– Se ficar com saudade da comida ocidental, vai achar;
– Produtos importados não têm imposto = compras!!;
– Twitter, Facebook e Youtube não são bloqueados!!

Enfim, fiquei em um Hostel que quase não encontrava as pessoas do meu quarto e não tinha barzinho pra eu tentar fazer amizade. Por isso contei apenas com a boa vontade de desconhecidos para tirar fotos minhas.

Fui ver o Buda gigante, de bondinho, que é lindo e é totalmente diferente das coisas que vemos por aqui.

Andei pelas ruas (muito!) estreitas e cheias de curvas do bairro cheio de barzinhos e lojas chics (Hollywood Road, Cat Street, Lan Kwai Fong, Soho).

Subi um dos picos mais famosos de Hong Kong em um dos trens mais antigos da cidade (Peak Tower and Peak Tram Victoria Harbour). Que vista!! Pena que o dia estava nublado.

Andei em alguns Shoppings e na região de Monkok pra fazer comprinhas (Ladie’s Market e redondezas) Eu sofri nesse lugar, é muita gente!!

Caminhei pela “Harbour City”, lugar lindo e cheio de turistas que fica perto de hotéis luxuosos como o Sheraton, e é daí que saem o barcos para Macau (infelizmente não tive tempo de ir conhecer).

Fui (e me perdi indo de ônibus de 2 andares) para Stanley Market. Um lugar bonito, com lojinhas e bancos embaixo da sombra e em frente ao mar.

Comi comida japonesa, dumplings, wrap, e um macarrão tradicional de lá com chá. E bebi muito milk-tea (leite com chá) que vendia em todo lugar.

O melhor e o pior de viajar sozinha é estar sozinha!! Fazer o que quer, quando quer e sem precisar dar explicações. Mas também não tem ninguém pra conversar e compartilhar comentários bons ou ruins.

Aconselho que se você estiver na China, vá em Hong Kong. E se precisar de dicas é só pedir!

“Vamos pra Beijing (ou Pequim: capital da China), Mari! Vou comprar passagem de trem. São 10 horas de viagem, e a gente pode ir sentada na poltrona ou deitada na cama (sim, alguns trens aqui tem camas!). Vamos nas camas pra ver como é isso aqui na China!”

“Mari, mei you! Não tem mais camas disponíveis, acabaram as passagens! Vamos ter que ir sentadas.”

E este “sentada na poltrona” significa sentada mesmo. Não tem nenhuma alavanca pra inclinar o encosto um pouquinho. E eles não apagam as luzes durante a viagem, o que significa que as 10 da noite ou as 3 da manhã tudo estava iluminadíssimo!
Resultado: não dá pra dormir! Eu literalmente passei a noite em claro e aí xinguei até a 10ª geração dos chineses que inventaram esse tipo de viagem. Não tem conforto nenhum, não faz sentido. É mais barato e só.

Chegamos em Beijing e fomos procurar o metrô pra ir pro hostel. Não achamos. Pegamos um taxi mesmo, tentamos explicar o endereço e sem saber se ele tinha entendido chegamos em algum lugar perto do lugar indicado.

“Ah vamos parar aqui pra tomar um café e perguntar pra onde devemos ir.”

Achamos! Bem lindo o hostel e arrumadinho o quarto que reservamos com 10 (dez!) camas.

Dia 1: Fomos almoçar no Subway e depois fomos conhecer a Praça Tianamen e a Cidade Proibida.

Foi nessa Praça que ocorreu o Massacre da Praça da Paz Celestial em 89, um protesto contra o governo chinês que foi reprimido pelo exército da China resultando em milhares de mortes.
A Praça é imensa (proporções chinesas). E ao norte da praça fica a famosa Cidade Proibida.

A Cidade Proibida foi o Palácio Imperial da China e era uma cidade mesmo, e era proibida também. Era uma cidade porque é considerada o maior palácio do mundo (720mil m²) e era proibida porque somente o imperador, sua família e empregados eram autorizados a entrar ali.

“A Cidade Proibida foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade em 1987, estando listado pela UNESCO como a maior coleção de antigas estruturas de madeira preservadas no mundo.”

Tudo isso significa que foram horas e horas de caminhada!

No hostel resolvemos: “Vamos tomar banho e descansar. Depois a gente desce lá pra área social do hostel e tenta fazer amizade com alguém pra gente sair amanhã.”
Não deu muito certo. Conhecemos pessoas que estavam indo embora no outro dia.

Dia 2: Fomos com uma excursão do hostel para a tão esperada Muralha da China!
“Mari, não vou de escada, vou subir e descer de bondinho, meu joelho tá doendo ainda!”
Foi aí que nos separamos e eu só fui encontrar ela de novo na hora de ir embora.
Fui, tirei foto e andei na muralha. Mas não andei muito, tinha muita escada e cada degrau é um verdadeiro obstáculo pra um joelho podre.
Andei devagar e fui pedindo pra desconhecidos tirarem fotos minhas. “Eu estou na Muralha da China, uma das sete maravilhas do mundo!! Preciso de fotos pra registrar!!”

Nesse passeio fizemos amizade e combinamos de ir a noite no lugar-que-vende-insetos pra gente experimentar e depois ir em algum bar.
O lugar (mercado que vende insetos) é turístico, e vende os espetinhos de inseto para os turistas comerem e tirarem fotos.
Como uma boa turista, comi e tirei foto!


Os insetos são fritos na hora e o gosto é de óleo sujo. E eu estava com mais medo do que aquele óleo poderia fazer no meu sistema digestivo, do que daquele inofensivo escorpião.
As opções eram variadas, mas só comi escorpião (o pequeno e o grande) e uma centopéia. A aranha custava 50 Yuan, não comi porque achei caro (ahammm!)!

Depois da aventura gastronômica fomos pra um barzinho. E depois fomos conhecer algumas baladas, e como não paga pra entrar entramos em uma que não estava muito boa, saímos e entramos em outra que tinha até barra de pole dance. Detalhe: com chineses dançando. Foi uma piada!

Dia 3: Fomos com nossa amiga-loira visitar a área construída para as Olimpíadas de Beijing em 2008. Visitamos o estádio Bird Nest e o Water Cube e cheguei a conclusão que o Brasil não deve surpreender como os chineses surpreenderam. O lugar é realmente lindo, limpo e bem cuidado. Bem diferente da China em Hefei (minha cidade).

Demoramos muito nesse lugar e quando resolvemos ir visitar o Temple of Heaven e almoçar, descobrimos que já estava tarde, o lugar já tinha fechado e a maioria dos restaurantes já não estavam servindo almoço às 4:30 da tarde.
Mas achamos um, cheio de escadas (porque esse dia estávamos escolhendo os lugares com menos escadas possíveis. Eu parecia uma velha: sempre ficava pra trás, andava mancando, descia um degrau de cada vez).
Comemos nesse restaurante o famoso e delicioso Pato de Beijing!

Voltamos pro Hostel pra pegar as malas e já fomos pra estação de trem, lotada!
E agora vem a pior parte da viagem. Eu nunca tinha visto/estado em um meio de transporte tão lotado como esse trem e eu prometi que nunca mais viajaria naquelas condições.

Na China tem muita gente, vocês sabem. Então as vezes não tem poltronas suficientes para o tanto de pessoas que querem viajar. Então eles vendem passagem pra viajar em pé, mesmo se a viagem é de 10, 12 ou 24 horas. Até ai tudo bem, eu entendo.

Mas qual é o limite? Não sei, não tem! Viajei 10 horas sentada, a noite toda, com a luz acessa, o joelho doendo, e com dificudade de movimentar os pés por causa do tanto de gente que estava em pé no corredor entre as poltronas.

Era impossível andar! Confesso que comecei a chorar de desespero. Depois xinguei até a última geração de chineses que permitem uma coisa dessa.

É desumano, tinha velhinho sem lugar pra sentar, criança chorando, pessoas espremidas mas ninguem gritando ou revoltado com aquela situação. É difícil entender!

Peguei a foto na internet. Mas foram 10 horas disso aí!


Pra completar, de manhã um chinês veio treinar o inglês dele comigo!

Pensei: “Amigo, seu inglês não é bom, eu não dormi, esse lugar está muito cheio de gente, você não escovou os dentes ainda e geralmente meu humor não é dos melhores essa hora da manhã!”

Respondi algumas perguntas que ele fez com cara de sono, coloquei o fone de ouvido, abracei a mochila e dei a entender que iria dormir.

Eu devia ter muitos pecados pra pagar! Tá pago! E fiquei com crédito!

Mas fora isso a viagem foi excelente!

Fui com a Sophie conhecer uma das montanhas mais famosas da China, Huangshan ou Yellow Mountain (Montanha Amarela). É também considerada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.

Fomos com uma excursão de chineses e quem viu todos os detalhes foi a Sophie, claro. Ela resolveu tudo e depois me passou as informações: quanto eu tinha que pagar, o que iriamos fazer, quanta comida e bebida era bom levar na mochila (no topo da montanha é tudo mais caro e provavelmente estaríamos com fome).

No sábado, acordamos ás 5 da manhã e 6:30 (em ponto!) o ônibus da excursão saiu. Detalhe: das 40 pessoas do ônibus eu era a única estrangeira, a única que começava a ouvir música quando a guia começava a falar.
Depois de 3,5 horas de viagem, chegamos!
Fomos visitar um lugar lindo, com piscinas naturais, rios, pedras cenográficas. O que estraga essas paisagens são as pessoas e ainda mais se estiverem de excursão.




Ali assistimos uma apresentação dos nativos da região, os índios da China.


Depois do almoço fomos pra um lugar andar de bote. E eu deveria dizer que era rafting, mas a água não era nem um pouco agitada e não tinha pedras o suficiente. Tanto é que em várias partes o bote só saia do lugar se a gente remasse.

Enfim, foi bem legal, mas sem muita adrenalina. No começo descemos uma cachoeira (construída), e ficamos ensopadas! A Sophie morrendo de medo do bote afundar, insistiu em ficar tirando a água que tinha entrado por causa da descida.
Remadas e remadas depois, uma lancha foi buscar todo mundo, o que salvou meus braços cansados!



Ficamos em um hotel bom na cidade de Huangshan, porque tem uma lei na China que não permite que estrangeiros hospedem em hotéis com menos de 3 estrelas. Pagamos um pouco a mais, mas descansamos bem durante (o pedacinho da) noite.
No domingo tivemos que acordar 4 horas da manhã e as 5 horas (quase em ponto) saímos em direção à famosa montanha.

Pegamos um bondinho para subir mais de 1.000 metros e fiquei maravilhada com o lugar. A vista é lindíssima, e todas as fotos que eu tirei não conseguiram representar o que eu estava vendo: montanhas de vários tamanhos, nuvens, árvores, tudo lá no alto, tudo misturado! Eu estava indo pro céu de bondinho!

Umas 7 da manhã começamos a caminhada pra conhecer a montanha. Fomos no pico mais alto (Lotus Peak ou Lian Hua Feng: 1.864 m), subimos e descemos várias escadas e de vez em quando paravamos pra descansar e tomar água.
Meio-dia também paramos pra descansar e comer. Tiramos o pacote de pão de forma, a salsicha e as bolachas da mochila e almoçamos! Não foi meu melhor almoço, mas tava gostosinho.




Curiosidade 1: dizem que antes de ter algumas ‘cercas’ de proteção, uma pessoa (ou mais?) já caiu lá de cima ao se arriscar mais do que deveria para olhar a vista na montanha.

Curiosidade 2: de algum pico da montanha é possível ver as nuvens por cima. Mas quando eu fui o tempo não estava tão bom…

Curiosidade 3: Como será que as bebidas, comidas e etc. chegam lá no topo? De bondinho? Não! Homens carregam! Além de subir aquela infinidade de escadas, eles chegam a carregar até 90kgs! Aham! Tirei foto!


Curiosidade 4: E se você estivesse muito cansado durante a longa caminhada na montanha e não conseguisse mais andar? Tudo tem solução. Por 100yuan/km, dois homens vão te carregar em uma cadeira.

Depois de caminhar por quase 5 horas por ali, a guia falou pra decidirmos, ou descer a montanha de bondinho (e em 15 minutos estariamos lá em baixo) ou descer a pé (e em 2 horas estaríamos lá em baixo). Perguntei o que as pessoas que fossem de bondinho iam fazer até as outras chegarem, e a resposta foi: esperar.

Como não vejo graça em esperar, decidimos descer a pé. E essa não foi uma decisão muito sábia.

Estava muito divertido descer as escadas no meio daquela paisagem linda, vendo pessoas tentando subir a pé, parando de vez em quando pra tomar água, acelerando o passo pra chegar lá embaixo mais rápido… sim, foi divertido na primeira hora.
Mas depois dessa 1 hora descendo escadas, o joelho direito começou a doer.
“Ah, tudo bem, isso é normal. Já estamos quase chegando mesmo…”
Aí o esquerdo também começou a doer.
“Ok, vou dar uma descansada. Sentar, alongar… deve estar faltando só uma meia-hora pra chegar lá embaixo.”
Mas a situação só piorava, e o pior era pensar que mesmo se eu tivesse morrendo de dor ali, eu tinha que continuar descendo. Não tinha outra saída.
Os últimos 10 minutos foi de sofrimento mesmo, meus 2 joelhos estavam doendo muito. Descer ou subir qualquer escada era uma luta!

Quando chegamos, finalmente pude sentar, alongar, comer um chocolate e descansar melhor. Mas mesmo assim, a dor continuou (por vários dias).

Depois ainda fomos experimentar chá e ver algumas facas (passeios pra-turista-gastar). Mas achei legal, comprei chá pra dar de presente e no outro lugar ganhei uma faca pequena “pra frutas”.

Voltamos pra Hefei, e achei que as 3,5 horas da viagem de volta demoraram 7horas. E levantar do ônibus, sentar no taxi, levantar do taxi e subir as escadas até meu apartamento foram os movimentos mais doídos que já fiz. Meu joelho estava doendo muito. Eu achei que ia parar de andar.

De 31 de Julho a 3 de Agosto fui pra Guilin com a empresa que a Mari ta trabalhando. É, a empresa pagou tudo, pra umas 40 pessoas!
Quem falou que as empresas na China não valorizam os funcionários??
Foi uma das melhores viagens que fiz na China! O lugar é lindissimo!

Fui de Hefei pra Nanjing de trem. Encontrei o pessoal da empresa e fomos todos de ônibus para o aeroporto. Depois de quase 2 horas, chegamos em Guilin.

Viajar de excursão é sempre muito bom, tudo já está planejado, o guia turístico passa várias informações e dá pra conhecer muita gente nova! Mas, considerando que a guia só falava chinês e muita gente não falava inglês muito bem, foi uma viagem estranha, porque a gente nunca sabia o que ia fazer! A programação do dia era uma incógnita, a gente só acompanhava o pessoal. Cada lugar que a gente chegava era uma surpresa.
(No primeiro dia, no café da manhã tive que ir correndo trocar de roupa porque minha saia não era apropriada pra escalar a cachoeira naquele dia.)

A guia entrava no ônibus, pegava o microfone, começava a falar em chinês e só parava quando a gente chegava no lugar de destino (as vezes isso demorava 2 horas). Ouvir música era a saída.

No primeiro dia fomos escalar cachoeiras. Excelente!
Como disseram que a gente ia molhar, me aconselharam a não levar minha máquina. Deixei de tirar várias fotos lindíssimas! Desculpem!
O lugar é muito turístico (pense em muita! gente, já que estamos na China!), mas organizado. Fila pra pegar o capacete, fila pra pegar a sandália feita de grama, fila pra entrar e pegar o barquinho-estilo-chinês.

Paisagem linda, mulheres vestidas como antigamente, cantando músicas de antigamente, e todo mundo entendendo tudo. Menos eu e a Mari. As vezes alguem explica: “Ah esse colar as mulheres jogavam pra escolher o marido.” Elas jogavam o colar para o homem-alvo e se ele pegasse, tava fisgado!
Bem mais fácil né?

Enfim chegamos na cachoeira, e com medo de ficar ensopada nessa escalada, compramos uma capa de chuva (vendida estrategicamente num quiosque ao lado).
E como tinha muita gente, até ali tinha fila. O lugar não era alto, não era muito íngreme e tinha uma corrente que auxiliava a subida, portanto, pessoas de todas as idades queriam subir.

(Peguei essa foto na internet!)

Eram várias cachoeirazinhas, o que fez a gente molhar e suar bastante! Fotógrafos profissionais estavam em pontos estratégicos pra tirar foto e depois cobrar caro por cada uma. Eu não tinha máquina ne? Comprei.

Nesse lugar atravessamos uma ponte estilo Indiana Jones, descemos numa cadeirinha pendurada por um cabo (qual o nome disso?) no meio das árvores e andamos numa “montanha-russa”.

A montanha-russa merece uma explicação: achei que ia morrer ali mesmo. Os carrinhos eram separados um do outro, e tinha um ‘motorista’ que freava quando necessário. Nunca vi isso antes. Os carrinhos ficam juntos porque estavam todos na descida e o ‘motorista’ tinha uma alavanca como freio pra controlar a velocidade. Dos lados tinha uma tela e lá embaixo só árvores. Não, não era seguro!

Depois fomos almoçar em um restaurante tradicional, rústico! E tirei foto pra ilustrar melhor.

Pegamos um barco e fomos pra Yangshuo, uma cidadezinha pequena e bem turística, cheia de estrangeiros e lugares pra estrangeiros!!
Dentro do barco comemos caramujo! Ahan!
Instruções: tire o animal de dentro da casa com um palito, tire o intestino e coma. Gosto de nada!

Depois disso tudo, de suar, molhar, andar… fomos em um showzinho chinês. A avó, a mãe e a neta participavam cantando músicas agudas! Tudo bem chinês, bem bonitinho.

No outro dia fomos pra uma verdadeira viagem de barco, 3 horas, sol, céu azul, paisagem de tirar o fôlego, estrangeiros… tudo perfeito! Agradeci várias vezes por estar ali! Que oportunidade, quanta sorte!

Depois fomos fazer um passeio de ?? (olha a foto, não sei o nome disso). Lindo o lugar!! Parecia montagem, coisa de filme, irreal… mas eu fui e tirei foto pra lembrar que o lugar existe!

Depois fomos visitar uma árvore que dizem que tem mais de 1.500 anos. Não sei se é verdade…

Depois ainda fomos em uma caverna (entrem no link!!) e um outro show chinês.
Eu nunca tinha entrado em uma caverna. E o lugar era imenso, inexplicável, com estalagmites e estalagtites por todo lado. E tudo o que eu queria ali era alguem que me explicasse sobre o lugar. Mas a guia só falava em chinês.
O outro show que fomos foi excelente!! Ao ar livre no meio de montanhas e um rio, e o produtor é o mesmo da abertura dos jogos olímpicos de Pequim. Sem palavras! E sem bateria na minha máquina também, desculpem…
Achei um vídeo no youtube pra compensar.

No último dia fomos em outro showzinho, em outra caverna (não tão importantes e legais quanto os outros) e depois tivemos tempo livre em Yangshuo! EBA! PIZZA!



Bom, confesso que eu e a Mari reclamamos muito. Por não entender e não saber o que iríamos fazer, por não poder descansar ou tomar um banho antes dos shows a noite, mas foi uma viagem excelente. E eu conheci o chinesinho mais lindo, que virou meu amigo mesmo ele não falando inglês e mesmo eu não falando chinês. Ele morreu de saudades de mim depois da viagem! haha É verdade!

Antes de tudo tenho que falar que viajei todos os últimos 4 finais de semana e não tive tempo ainda pra contar sobre isso.
Ainda tenho que contar aqui sobre a viagem pra Guilin, pra montanha Yellow Mountain, Beijing, Hong Kong e Hongcun (uma vila aqui perto).
Mas quero escrever direitinho, com tempo e colocar fotos. Portanto, tenham calma.

Agora quero falar que falta só uma semana pra eu voltar para o Brasil, e isso é confuso.
Quero muito voltar: saudade da família, amigos, comida, festas, da minha cama, banheiro, travesseiro e etc…
MAS, não queria ir embora daqui. Mesmo com todos altos e baixos que passei, foi uma experiência incrível e pensar que vou deixar tudo isso pra trás é assustador!

O que eu queria era dormir hoje e acordar só no Brasil. Isso iria diminuir o sofrimento da despedida.
Do último dia que vou lavar minhas roupas, a última vez que vou comer o pato (com ovo, tofu, arroz, arroz e uma verdura), tomar o leite de soja, comer baozi e dumplings, o último dia no escritório, o último jantar de negócios e a última festinha com os gringos.
Vou ter que passar pelos olhares de despedida, cartas, lágrimas e promessas otimistas.
Sei que nada vai trazer a vida que vivi nesse período de volta, mesmo se eu voltar vai ser tudo diferente (ainda mais na China, que tudo muda (muito) rápido!).
Despedir aqui é bem mais triste, é deixar um pedaço da minha história pra trás, fechar um ciclo, perder alguma coisa. E sempre nos ensinaram que perder não é bom.

Quando despedi no Brasil, sabia que iria voltar, que tudo estaria do mesmo jeito, no mesmo lugar (mesmo que hoje isso não seja verdade).

Sinto uma vontade exagerada de agradecer tudo e a todos que participaram da minha história de vida aqui. Cada um de uma forma, mas todos igualmente importante para o meu crescimento. Mas não sei como agradecer as pessoas que convivi diariamente aqui, eles não sabem o quanto sou grata por tudo que fizeram por mim (muito mais do que o necessário). E acho que é assim mesmo, algumas coisas a gente não tem como agradecer mesmo, só retribuir.

Estou voltando para o Brasil em uma semana, por isso esse post deve ser o último que escrevo da China.

Vejo vocês em breve! Vai esquentando o forno pra assar o pão de queijo!

“Partir, andar, eis que chega
É essa velha hora tão sonhada”

É assim que eu ando me sentindo, numa montanha-russa: um dia bem, outro dia achando tudo péssimo.

Minhas vontades variam (contraditoriamente) assim:
1- Quero voltar pro Brasil e quero ficar na China.
2- Quero voltar pro Brasil e não quero ficar na China.
3- Não quero voltar pro Brasil e quero ficar na China.
4- Não quero voltar pro Brasil e não quero ficar na China.

Uma bagunça total. Aí resolvi procurar sobre o tal gráfico que tanto ouvi falar: o gráfico da adaptação cultural.

Kalervo Oberg (1960) estudou sobre as reações humanas quando confrontadas a costumes e a um ambiente diferente do seu de origem e ele descobriu que a maioria dos seres humanos se comporta da mesma maneira, passando por fases de altos e baixos. Depois dele muitos outros pesquisadores estudaram sobre o assunto também. Esse é um processo individual e natural em um intercâmbio.

E o resumo é que geralmente as pessoas passam por 4 fases.
1- Lua-de-mel
2- Hostilidade/Choque cultural
3- Restabelecimento
4- Ajuste

E vai seguir as seguintes características (claro que cada pessoa pode ter uma experiência diferente, mas no geral, é isso ai que acontece):

1.
No começo tudo é muito emocionante, exótico e fascinante! (Lembro dessa época, quando eu achava que estava dentro de um vídeo game quando via todos aqueles prédios com luzes). Nessa fase todo mundo é bom para você e qualquer tipo de erro está permitido, já que você é um estrangeiro. A fase de euforia inicial pode ser mais ou menos longa de acordo com a diferença entre a realidade que você encontra e o que você esperava encontrar (Como eu não esperava muita coisa, essa minha fase durou mais de um mês).

2.
Depois de algum tempo você vai descobrir que existe rotina em sua vida diária.
Você se acostuma com as cenas da rua em torno de você e você sabe com quem vai cruzar no trabalho ou em seu tempo livre.
Seus colegas também não são tão compreensivos quanto antes.
Você já conhece o lugar, mas não o suficiente para ter amigos ou se sentir em casa.
Você vê uma série de comportamentos que são inaceitáveis, ou no mínimo estranho para você.
Você sente necessidade de explicar e defender-se muitas vezes (o que é muito cansativo) e você se sente confuso pela maneira como as pessoas se comunicam e agem em torno de você.

A experiência desta fase depende de muitos fatores, tais como o quanto a cultura diferente da sua, a sua capacidade de se expressar na língua da região e o quanto as pessoas que está convivendo sabem sobre a sua própria cultura. (A cultura é super diferente, eu não falo a língua deles e eles não sabem quase nada do Brasil. É, foi uma fase intensa!)

Você vai perceber que você está em “choque cultural” quando começa a se sentir facilmente frustrado, você irá reagir e se comportar de uma maneira defensiva.
Você facilmente vai ter a impressão de que todos os seus problemas estão ligados ao fato de que você está no exterior. (E não estão??)
O processo de adaptação a uma cultura estrangeira exige uma grande quantidade de energia a partir de você. (Nem sempre ela está presente…)

3 e 4.
Após a fase de choque cultural você vai entrar numa fase de aculturação e de estabilidade. Você vai conhecer e compreender mais os mecanismos subjacentes que influenciam o comportamento das pessoas ao seu redor, você vai começar a ser capaz de ver as coisas através de seus olhos.

Isso não significa necessariamente que você concorde com tudo o que fazem ou que você mude o seu estilo próprio de fazer as coisas completamente.

Você vai aceitar alguns costumes novos que você experimentou nessa nova cultura, e vai manter outros de sua própria cultura.
Você vai discordar com algumas maneiras de viver essa experiência, mas vai procurar entender por que eles desenvolveram aquela forma de fazer.

Exatamente o que passei!! E vocês podem comprovar aqui nos posts do blog!!

Em qual fase que eu estou?
Entre o choque cultural e a estabilidade. Tem dia que vivo os dias de choque cultural, e sou rude com algumas pessoas, mas as vezes estou tranquila e aceito as diferenças apenas como diferenças. As vezes querendo voltar para o Brasil, e as vezes não.
No gráfico eu estou ali, decidindo se sigo a linha azul, amarela ou rosa.

Alguns autores sugerem um outro tipo de gráfico, ao invés da curva em U, o gráfico é em formato de um W.


E nesse gráfico eles consideram a volta para casa. Dizem que é outro choque: primeiro a pessoa se sente feliz por ter voltado pra casa, depois se sente frustrada, e sozinha porque os amigos e familiares não entendem todas as mudanças que aconteceram, mas gradualmente a pessoa vai se readaptando a nova rotina novamente, e por fim a pessoa incorpora a nova vida o que aprendeu durante o intercâmbio.

Ai, agora já fico pensando em como será quando eu voltar, mas como a família e os amigos acompanharam muita coisa pelo blog, eles vão me entender sim! Bom, na verdade eu não sei, mas conto aqui depois!

Agora, nos meus dias de mau humor, não preciso colocar a culpa só na TPM!

Voltei de Nanjing no domingo e já tava planejando ir pra lá na sexta-feira de novo, porque a Mari, uberlandense, companheira de AIESEC, de viagens, de faculdade, barzinhos e filmes ia chegar no sábado em Nanjing! Ah que felicidade!!

***
(Mas antes de falar sobre isso, tenho que abrir um parênteses pra contar que fui picada por algum ser desconhecido, e meu braço inchou, ficou vermelho e quente. Então fui num postinho médico e tomei injeção, soro, passei pomada e tomei um remédio. Se eu sei exatamente o que o médico receitou? Não! Mas a Sophie tava comigo, e depois que o médico receitou tudo, ela ligou pra amiga médica dela pra confirmar os medicamentos. Segundo eles, eram todos remédios bem simples. O importante é que estou bem agora!
Suspeito que tenha sido picada de marimbondo. Tenho fotos do meu braço inchado e foto minha na poltrona do postinho tomando o soro, mas não acho que elas são publicáveis! Ah, vocês precisam ver que na China tudo pode acontecer…)

***
Sexta-feira, dia 16/07: a gente sai do trabalho às 11horas, pega um taxi pra estação de trem, pára no McDonalds pra comprar um sanduíche, entra no trem no meio de milhares de pessoas, viaja uma hora, sai do trem no meio de milhares de pessoas, pega o metrô, troca de linha, sai do metrô, anda um pouco, carrega a mala no ombro e vai pro escritório do Peng, porque dessa vez a Cindy não tá em casa pra receber a gente.

Descansamos por lá, li um pouco do livro que eu tinha levado, e depois fomos jantar ali perto e depois do jantar fomos pra um Café, lindo com vários livros e revistas (em chinês), um cardápio com várias opções, e um ambiente super agradável. Senti falta dos amigos do Brasil. Depois buscamos as malas, e eu fui pra casa porque estava bem cansada. O resto do pessoal foi pra um outro lugar comer churrasquinho chinês.
Não sei se fui sem educação por não ter ido, mas eu realmente não tava afim e além disso no outro dia eu tinha que acordar cedo pra pegar um taxi e ir encontrar o chefe da Mari e uma colega de trabalho dela. Fui com eles pro aeroporto.

A Mari tinha me avisado que o avião chegava as 9:50, eu já sabia que demoraria 1 hora mais ou menos pra chegar no aeroporto. Então fiz os cálculos que eu deveria chegar no local combinado as 8:50. Mas eles me disseram que esse horário tava cedo, que eles iam sair as 9:20. OK, eu to de carona.

Chegamos no aeroporto e a Mari já tinha chegado. E a bandeirinha do Brasil que eu tinha levado nem foi usada. Triste.
Mas tudo bem, eu podia conversar em português, e compartilhar várias coisas com alguem que eu sabia que ia me entender.

Quais as chances de duas brasileiras, mulheres, amigas e uberlandenses se encontrarem na China?
Pois é, essa raridade ainda me impressiona!

Aí fomos deixar a mala dela no dormitório que ela vai morar, descansamos um pouco, ela me deu algumas encomendas que fiz pra família, comi Sonho de Valsa e quase comecei a dançar de felicidade, depois fomos jantar com algumas pessoas da empresa, a Sophie e o Peng.

Depois do almoço a Mari foi comprar um chip de celular, mas como o celular dela era bloqueado ela aproveitou e já comprou o celular também, foi a compra mais rápida que eu já vi! Depois fomos pra um café tomar café de verdade, depois pra um restaurante pra jantar, e depois pra um barzinho estilo ocidental! Estou só citando o que a gente fez, porque sugiro que visitem o blog dela pra saber melhor como foi o primeiro dia dela na China: Sorte no Biscoito.

No outro dia, convidamos a Mari pra dormir na casa da Cindy comigo e com a Sophie. No primeiro final de semana dela, ela ia economizar 70 yuan, acordando as 4:30 da manhã (é, de novo!)!
De novo, quando acordei, pensei: “Porque eu to fazendo isso? Pra que acordar tão cedo??” Mas aí comi uns chocolates, umas bolachinhas e já melhorei o humor.

Fomos no “The Ming Tomb”, o túmulo de Xiaoling, o lugar que o Imperador Zhu Yuan Zhang morou. Foi o Zhu que fundou a dinastia Ming (1368-1644). O lugar é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco. Agora você entendeu porque é caro! Quem quiser aprofundar mais na história, entra AQUI.

Foi um lugar ótimo de se conhecer, e dessa vez acordar cedo compensou, porque é um lugar que não parece em nada com as igrejas ou monumentos ou lugares históricos do Brasil (ou o pedacinho da Europa que eu fui).

Subir uma escada gigante, no meio de uma montanha, e não encontrar nada lá em cima (só a continuação da escada pra descer), é um exemplo do que eu to falando. Além de várias outras coisas, como arquitetura, significado de cada coisa, grandiosidade do lugar, árvores e mais árvores, estátuas de animais gigantes, etc.

O lugar parece um grande parque além de ser a casa do Sr. Zhu, e uma das coisas mais interessantes que vi, foram os velhinhos chineses. Aham, eles andam de bicicleta, caminham, jogam badminton (mais ou menos igual peteca, só que usa uma raquete), e muitos me pareciam mais saudáveis que eu. É serio, e comentei com a Mari, no ocidente os velhinhos tem medo de andar sozinho na rua e tem sempre que tomar cuidado pra não cair no banho. E aqui, eles andam de bicicleta com a mair desenvoltura. Ainda vou pensar sobre isso e conto depois qual é o segredo deles.

Depois dessa manhã cansativa, voltamos pra casa da Mari pra descansar, saímos pra dar uma volta e já dei várias dicas pra ela!

Voltei pra Hefei de tardezinha, sem poltrona no trem pra sentar de novo! Depois ficamos mais meia hora em pé carregando a mala pra pegar um taxi! Mas até que enfim chegamos em casa, pra descansar e trabalhar no outro dia!

Ah, ainda bem que no outro final de semana eu não planejei viajar pra lugar nenhum!

Passei dois finais de semana seguidos em Nanjing. É, de novo!
Mas eu nunca repeti nenhum lugar por lá, sempre faço alguma coisa nova, sempre é interessante.

Da primeira vez fomos (eu e a Sophie) pra encontrar o Peng (o chinês que conhece a Luna, que mora na Eslováquia e foi quem me indicou pra empresa que trabalho. Viajei com ele AQUI.).

Sexta-feira, dia 09/07: a gente sai do trabalho às 11horas, pega um taxi pra estação de trem, pára no McDonalds pra comprar um sanduíche, entra no trem no meio de milhares de pessoas, viaja uma hora, sai do trem no meio de milhares de pessoas, pega o metrô, troca de linha, sai do metrô, anda um pouco, sobe 7 andares de escada com a mala no ombro e ufa, chegamos na casa da Cindy, amiga da Sophie.

Depois de umas horinhas descansando por lá, fomos encontrar o Peng no escritório que ele montou em Nanjing (ele também trabalha com comércio exterior), e fomos jantar! Depois da janta um barzinho/balada na rua dos bares em Nanjing (claro que é tudo mais caro por lá!). Bebemos uma bebidinha e fomos pra casa porque o plano do dia seguinte era acordar bem cedo = 4:30 da manhã.

“Credo! Mas pra que acordar tão cedo??” é o que você deve estar pensando e foi isso que pensei nos 10 minutos depois que acordei.
Disseram que pra visitar um tal lugar, tínhamos que pagar 80 yuan, mas que se chegassemos antes das 6, não pagaríamos. Que isso, 80 dinheiros (como diz a Mari) é muita coisa! Acordo a hora que mandarem eu acordar.

O tal lugar é o “Dr. Sun Yat-sen’s Mausoleum” e a Sophie e o Peng foram as companhias.
Chegamos antes das 6, passamos a catraca sem pagar. EEEEE, missão cumprida.

“Mas calma, porque aquele primeiro portão ali tá fechado?”
Só a primeira parte do lugar estava aberta e só as 7 e 30 eles abriram o portão que dava acesso ao resto (na foto abaixo é o número 37). Pra passar, tinha que pagar. Mer$#!

Pagar 80 yuan pra ver o número 38 e 39 da foto não compensava. A Sophie o Peng já conheciam o lugar, e eu tava cansada, com sono, frustrada, com fome, com sede, tava chuvendo e não tinha lugar nenhum aberto ali perto pra eu repor as energias (a gente não tinha tomado café da manhã).
“Vamos pegar um taxi e tomar café no KFC!”

E assim fizemos… ficamos lá quase até umas 9 e depois de comer e beber café, eu já estava acordada e feliz.

Depois, eu e a Sophie fomos no memorial do Massacre de Nanjing pelos Japoneses. Entre Dezembro de 1937 e Janeiro de 1938, os japoneses invadiram Nanjing (na época, a capital da China) e mataram 300.000 pessoas.
É um lugar muito legal de se visitar, apesar de bem triste. Dentro do museu eles contam toda a história, e sempre ressaltam a crueldade dos japoneses. Esse é um dos motivos porque os chineses não vêm os japoneses com bons olhos.
Para saber mais sobre isso, entre AQUI!

Depois fomos visitar um lugar sobre tecidos da China, sobre as roupas das diferentes etnias chinesas, sobre como se faz a seda, qual foi a rota da seda, como os imperadores se vestiam, etc. Muito interessante também! Agora sei porque algumas sedas são tão caras…

A noite fomos jantar com uns amigos da Sophie em um restaurante típico, e no almoço do outro dia também! Muita conversa em chinês, muitas fotos, muita comida. Mas acho legal conhecer novos chineses, novos lugares!

Na volta pra Hefei, domingo, não tínhamos lugar pra sentar no trem porque deixamos pra comprar a passagem no sábado e o trem já tava lotado. Pois é, eles vendem passagem sem lugar pra sentar, e é o mesmo preço. 1 hora de viagem que passa lentamente… mas eu estava feliz por voltar pra casa. Lar, doce lar.

O próximo final de semana vai no próximo post.

Quem?

Gabriela M. Brito

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Frases

“Duas estradas separavam-se em uma floresta, e eu / Eu escolhi a menos percorrida, / E isto fez toda a diferença”. Robert Frost

"Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” Amyr Klink

"Os navios estão a salvo nos portos, mas não foi para ficar ancorados que eles foram criados." Grace Murray Hopper

"A Felicidade só é verdadeira quando é compartilhada." Christopher J. McCandless.

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos." Provérbio chinês

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças." Charles Darwin

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